(((A "dieta" neoliberal que leva fome à África)))
Em 2005, uma crise de alimentos abalou Níger. De uma população de 12 milhões, 3,6 milhões sofreram com a fome e 800.000 crianças enfrentaram a desnutrição. Ativistas alertaram que a fome não foi causada pela seca. "Esta é uma fome estrutural. Uma fome permanente", disse o jornalista Moussa Tchangari. "Ela foi causada por 20 anos de programas de ajuste estrutural".
Segundo o Famine Early Warning System (FEWS), financiado pela USAID (United States Agency for International Development), a produção agrícola ficou apenas 11% abaixo da média de cinco anos e foi, de fato, mais alta que os níveis de 2001-02, quando não houve crise de alimentos. O problema real, de acordo com o FEWS, foi que os preços dos alimentos subiram entre 75% e 80%.
Moussa Tchangari diz que: "A raiz do problema é que por mais de 20 anos as políticas neoliberais têm sido impostas a nosso país. As instituições financeiras internacionais estimulam a agricultura de exportação, de modo que agora não temos produzido o bastante para alimentar a população."
Como muitos países africanos, Níger foi pressionado pelo FMI, pelo Banco Mundial e pelas agências de desenvolvimento da União Européia para que desmantelasse os serviços públicos e que substituísse sua agricultura de subsistência por uma agricultura de exportação.
Em meio à fome, Níger continuava a exportar comida. Milhões de famintos e dezenas de milhares de crianças morriam enquanto os mercados estavam cheios de comida que eles não tinham recursos para comprar.
Nos primeiros meses da crise, o governo do país e o Programa de Combate à Fome das Nações Unidas se recusaram a distribuir comida para o povo porque isso interferiria no livre mercado -- segundo eles, uma condição necessária para Níger sair da miséria.
Tchangari acredita que os problemas de Níger foram causados exatamente por esse modelo de desenvolvimento e que o país necessita de um método diferente. "A solução é implementar uma política agrícola que possa assegurar a auto-suficiência de alimentos. Isso é possível... É uma questão de vontade política."
Veja/baixe um vídeo sobre esse tema.
(((Tradução livre de artigo originalmente publicado em Big Noise Films))
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Em 2005, uma crise de alimentos abalou Níger. De uma população de 12 milhões, 3,6 milhões sofreram com a fome e 800.000 crianças enfrentaram a desnutrição. Ativistas alertaram que a fome não foi causada pela seca. "Esta é uma fome estrutural. Uma fome permanente", disse o jornalista Moussa Tchangari. "Ela foi causada por 20 anos de programas de ajuste estrutural".
Segundo o Famine Early Warning System (FEWS), financiado pela USAID (United States Agency for International Development), a produção agrícola ficou apenas 11% abaixo da média de cinco anos e foi, de fato, mais alta que os níveis de 2001-02, quando não houve crise de alimentos. O problema real, de acordo com o FEWS, foi que os preços dos alimentos subiram entre 75% e 80%.
Moussa Tchangari diz que: "A raiz do problema é que por mais de 20 anos as políticas neoliberais têm sido impostas a nosso país. As instituições financeiras internacionais estimulam a agricultura de exportação, de modo que agora não temos produzido o bastante para alimentar a população."
Como muitos países africanos, Níger foi pressionado pelo FMI, pelo Banco Mundial e pelas agências de desenvolvimento da União Européia para que desmantelasse os serviços públicos e que substituísse sua agricultura de subsistência por uma agricultura de exportação.
Em meio à fome, Níger continuava a exportar comida. Milhões de famintos e dezenas de milhares de crianças morriam enquanto os mercados estavam cheios de comida que eles não tinham recursos para comprar.
Nos primeiros meses da crise, o governo do país e o Programa de Combate à Fome das Nações Unidas se recusaram a distribuir comida para o povo porque isso interferiria no livre mercado -- segundo eles, uma condição necessária para Níger sair da miséria.
Tchangari acredita que os problemas de Níger foram causados exatamente por esse modelo de desenvolvimento e que o país necessita de um método diferente. "A solução é implementar uma política agrícola que possa assegurar a auto-suficiência de alimentos. Isso é possível... É uma questão de vontade política."
Veja/baixe um vídeo sobre esse tema.
(((Tradução livre de artigo originalmente publicado em Big Noise Films))
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