Um combate vital

Professor de escola pública é combatente. Enfrenta cotidianas dificuldades, falta de mínimas condições de trabalho e a desmotivação galopante de colegas de profissão. Sem falar no desrespeito daqueles alunos egoístas que só estão na escola para encher o saco (Poderia arriscar dizer, sem medo de errar, que eles já compõem uma maioria absoluta?).

Educar, nessas condições, é combate. Não há glamour na profissão professor. Excetuando-se, é claro, os poucos que conseguem se tornar professores de universidades consagradas, com dedicação exclusiva, bolsas e mais bolsas, viagens internacionais...

Educar é, muitas vezes, mortal combate, como bem define Evandro, grande amigo dos tempos da faculdade de História.

Não vejo essa figura rara há algum tempo, mas, agora, reencontro-o com prazer no ciberespaço. Compartilho aqui o link para seu site: o Mortal Combate, cujo conteúdo me causou ótima impressão. Verdadeira inspiração para a batalha, não só no front da educação básica, mas em qualquer outro.
Um site que tem a atitude que o Evandro sempre demonstrou nos tempos de universidade: papo reto, meu irmão, sem frescura, despertando para a luta, debatendo com os professores que faziam da História apenas mais um “estilo literário”. Ele, ao contrário, era um cara que sempre nos lembrava que a História deve ser ferramenta para a necessária transformação.
Desde já Mortal Combate virou referência obrigatória para minhas aulas, meus combates. (E me sinto honrado de lá estar presente com alguns trabalhos reproduzidos. É isso aí, amigo! A ordem é socializar os conhecimentos!).

Abaixo, reproduzo dois textos extraídos do site:

A luta
contra a ignorância
deve ser travada
como uma luta
de vida ou morte,
durante toda a nossa existência.

Ignorância aqui é sinônimo de
preguiça,
desleixo,
falta de leitura,
pessimismo,
baixa auto-estima,
preocupação com a opinião alheia,
deixar-se levar pela opinião da maioria,
personalidade fraca,
falta de caráter,
alienação,
preconceito,
discriminação,
desrespeito,
maltratar os animais,
autoritarismo,
prepotência,
desonestidade,
deslealdade,
falta de humildade,
arrogância,
não ceder o seu lugar a um idoso ou a uma grávida nos transportes coletivos,
maldade,
covardia,
crueldade,
egoísmo,
ser incapaz de perdoar,
ter o coração cheio de mágoas e ressentimentos,
falta de amor ao próximo
e muito mais...

Lutar contra a ignorância
exige esforço, determinação e
muita coragem!

É um combate eterno contra um inimigo que está em todos os lugares e dentro de nós mesmos. Um inimigo que renasce das cinzas se não estivermos atentos.

E é por isso que não é apenas um desafio, mas uma luta. Mais do que uma luta, é um combate; e mais do que um simples combate, é um

MORTAL COMBATE.

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Um aluno que só estuda nas vésperas da prova, que não tem disposição para ler sequer um pequeno texto, que não participa das aulas mas que mesmo assim consegue passar de ano, este aluno é apenas um fraco; é apenas um estudante.

Um aluno que enfrenta todas as dificuldades da vida para estudar, que não teme enfrentar um texto de longas páginas, que aproveita todas as oportunidades que seu colégio lhe oferece para ampliar seus conhecimentos e suas qualidades humanas, que é superior ao frio, ao calor, à fome, à sede e ao sono, este não é apenas um estudante: é um...

combatente.

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