sábado, abril 07, 2007


Mais um motivo pra ficar puto, mais um motivo pra não acreditar na tal "Justiça".

Na semana que passou, mais uma ocupação urbana foi despejada pelos tubarões de sempre.

Uma ocupação, não uma "invasão", como a mídia qualifica pra melhor desqualificar movimentos sociais que não fazem nada mais do que pôr em prática um princípio constitucional: o direito à moradia.

Dois amigos meus moravam na Ocupação Poeta Xynaíba. Caras que se envolviam em projetos lá dentro (e em outras ocupações). Caras que ajudavam a dar vida a algo que os proprietários deixam morrer, sem dar ao imóvel a tal "função social" de que fala a "magna carta", tão citada pelos tubarões quando se enraivecem contra os supostos "atentados à constiuição" praticados por movimentos sociais que eles julgam "ilegais", "criminosos".

Mas o que falar dessa propriedade privada imoral? Dessa especulação imobiliária canalha?

O curioso é que esses filhos da puta -- não há melhor qualificação -- deixam prédios e residências apodrecerem, caírem aos pedaços. Quando os sem-teto ocupam e dão função social ao imóvel, os filhos da puta se movimentam de uma forma impressionante, se ouriçam, mobilizam seu exército de advogados pilantras e juízes vendidos, endossados pelos jornalistas escrotos que tratam de passar à opinião pública a versão que mais convém.

Meu amigo Durden resumiu muito bem a questão no seu texto "Indignação!". Texto cheio de revolta que dá força pra lutar, em vez de entregar os pontos.

Só lamentei não ter sabido a tempo para prestar a solidariedade aos moradores, no dia do despejo, marcando presença, xingando os hipócritas que lá estavam a cumprir as determinações da "justiça".

Como a "justiça" de merda faz as regras de seu jogo, rapidamente cassaram a liminar do advogado da ocupação, que tinha conseguido adiar a expulsão dos moradores. O lance é esse: pegar todo mundo desmobilizado, sem aviso.

Mas deixa estar... Jogo em andamento, foi só um lance.

Se morar é um direito, ocupar é um dever!

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Dois blogs bacaníssimos pintando na onda do compartilhamento.

Kapheina traz rock'n'roll quentinho, caindo na xícara, pra deixar ligado.

De bate-pronto destaco Siouxsie & The Banshees, Patti Smith, The Breeders e Lou Reed (ao vivo em Berlim, 1973).




Outro é o Yes to Jazz, autodefinível, que me faz o favor de colocar na minha frente vários álbuns do genial Charles Mingus. Cara, quanto tempo que eu não ouvia Mingus! Muito foda, muito foda!


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Estou ouvindo agora, enquanto cavuco o teclado, a pedrada chamada MC5. Os cinco da cidade dos motores! Os proto-punks! Os punks viscerais eletrificando o flower power! Ramblin'Rose! Caracas, muito bom!

O Lágrima Psicodélica dando de bandeja uma pá de discos (e informações!).

Altamente recomendável.

MC5 - 1

MC5 - 2

MC5 - 3

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Bacaníssimo o texto do chapa Fernando sobre o gato.

Vale a pena conferir.

O cara traz um sabor especial pra história desse bicho que serviu de símbolo para várias culturas.

Só pra instigar a leitura, vai um trecho bem legal:

Falo do gato porque o sei independente, belo, e o gosto. Minha tia tem um gato e ela tem um grande apreço por magia e misticismos, para ela essa incrível figura é também uma espécie de defensor da alma, de maus augúrios. De fato Cornélio Agripa em "De Occulta Philosophia” dizia, em estranhas palavras, que os gatos seriam da mesma natureza da menstruação e que com ambos“muitas coisas maravilhosas e milagrosas podem ser trabalhadas pelas feiticeiras”. O vasto simbolismo da feiticeira se alia ao gato, isto é, a mulher e sua ligação com o espiritual. Não é sem nexo que muitos shamans se vestiam de mulher para entrar em contato com o mundo dos espíritos.

Viagem...

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uma gata...



... para katonigra.



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terça-feira, abril 03, 2007

Arte pra dissolver na língua.













Mais do mesmo em http://www.erowid.org/chemicals/lsd/

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