sábado, dezembro 02, 2006



"Planet Caravan"...

e no ar uma mistura de aguardentes coloridas,

fumaças cuspidas,

tua-minha-nossa vida.

O carro não pára e eu dirijo sem olhar pra ontem.

Temos algumas notas amassadas, alguns maços de cigarros amarrotados, algum resto de torta de limão no canto da boca.

A noite passada que foi sorvida de forma fugazmente eterna, no etéreo, no stereo, no éter.

Capas de CD no porta luvas denunciavam trilhas perigosas, cartões de crédito lambidos, corisas pálidas.

Algo novo naquela foda nova, renovada, aditivada pelo vinho, pelo haxixe, pela coca.

E eu ainda ligado, guiando por estradas curvadas, olhando de soslaio tua coxa-curva, não paro o carro, não posso parar.

Há uma mão de ruína que pousa em meu ombro esquerdo.

Coisas loucas deixadas para trás.

Por isso correremos. A estrada à frente. Teu corpo e teu sangue.

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