((//>>noite quente de fevereiro<<\\)) Esqueceu o isqueiro do lado direito da cama de quarto de hotel de centro da cidade meia-noite. Apertou os cintos da consciência quando foi jogado num redemoinho de náuseas sorridentes. Peidou três vezes, e três vezes praguejou o controle remoto pifado da televisão estilo anos 80. Coçou pesadamente o saco achatado em cueca de promoção pague duas leve três. Emitiu um caloroso grunhido para si mesmo parabenizando-se por mais um ano de existência irônica. Deu mais um gole na imensidão translúcida de um copo matizado de dourado conhaque. No espelho viu os olhos de um velho sozinho numa noite quente de fevereiro. Fechou os olhos e se lembrou de que era um herói da cidade grande. Um anônimo e solitário chapado.
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Marcadores: literadura
3 Comments:
Incrível como tão poucas palavras podem estimular tantas visões. Dolores ficou chapada com a sua crônica, companheiro.
valeu! ;-)
Bom estar de volta e ver q suas palavras continuam aqui e lindas.
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